domingo, 10 de abril de 2011

Be Natural/Be Yourself

A Paisagem não tem dono…




A Vida
A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura num momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa da ave ferida
De vale em vale impelida
A vida o vento levou!

João de Deus













quarta-feira, 23 de março de 2011

Angústia



Quero ser outra pessoa que não esta,
Quero ser alguém que me compreenda,
Que me diga que Sim,
Que posso,
Que estou certa,
Que não me minta,
Que me dê coragem,
Que me leve longe...

 
Talvez...
Talvez um dia me conheça....



sábado, 12 de março de 2011

A insatisfacao da alma humana...

"Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa.”


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Será também já o Amor Vintage?

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-se ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca

Amar é um gesto mágico, é uma experiência única, é a força motriz da alma, e por isso quer-se amar, amar perdidamente. Mas o amor acarreta desilusões, o desejo de sacrificios, desencantos… Será que valerá a pena? E os ingredientes que romanticamente lhe são inerentes? Tais como a solidão, a tristeza, a saudade, a sedução, a evocação da morte, entre outros... E o desejo. Será que os benefícios ultrapassam os malefícios?


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

“Sou a cena viva onde passam vários actores representando várias peças.” Bernardo Soares

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…


Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…


Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…


Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca - Livro de Mágoas



A fragilidade do Eu - a constante busca de algo que não se sabe, um tema constante ao longo do tempo...


Este poema reflecte a dor, a incompreensão que Florbela Espanca sofria e não percebia. Florbela apresenta-se como uma mulher desnorteada, sem rumo na vida, desejando a evasão e sendo ligada com a irrealidade. Nota-se aqui um sentimento de predestinação e o sentimento que a culpa da sua morte é do destino. No primeiro terceto destaca a falta de atenção, a descriminação, o estereótipo que sofria por toda a gente pensar que estava sempre triste, acabando por confessar não saber o porquê de muitas vezes chorar. Florbela muitas vezes nos seus poemas confessou que não se sabia definir porque ainda não se havia encontrado, provavelmente a sua tristeza sistemática muitas vezes tinha um significado que ela própria nem sabia.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Conversas paralelas

A imaginação e a memória confundem-se... por vezes... Não faz sentido tentar descobrir porque é que as coisas acontecem desta maneira e não daquela. Fecho os meus pensamentos num mutismo que muitos presumem ser fragilidade ou insegurança...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nao tenho certezas... so incertezas....

Tudo o que faco parece nao ter qualquer significado...Gostava de ser tao mais criativa, e impressionar-me a mim mesma....