terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Será também já o Amor Vintage?

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-se ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca

Amar é um gesto mágico, é uma experiência única, é a força motriz da alma, e por isso quer-se amar, amar perdidamente. Mas o amor acarreta desilusões, o desejo de sacrificios, desencantos… Será que valerá a pena? E os ingredientes que romanticamente lhe são inerentes? Tais como a solidão, a tristeza, a saudade, a sedução, a evocação da morte, entre outros... E o desejo. Será que os benefícios ultrapassam os malefícios?


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

“Sou a cena viva onde passam vários actores representando várias peças.” Bernardo Soares

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…


Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…


Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…


Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca - Livro de Mágoas



A fragilidade do Eu - a constante busca de algo que não se sabe, um tema constante ao longo do tempo...


Este poema reflecte a dor, a incompreensão que Florbela Espanca sofria e não percebia. Florbela apresenta-se como uma mulher desnorteada, sem rumo na vida, desejando a evasão e sendo ligada com a irrealidade. Nota-se aqui um sentimento de predestinação e o sentimento que a culpa da sua morte é do destino. No primeiro terceto destaca a falta de atenção, a descriminação, o estereótipo que sofria por toda a gente pensar que estava sempre triste, acabando por confessar não saber o porquê de muitas vezes chorar. Florbela muitas vezes nos seus poemas confessou que não se sabia definir porque ainda não se havia encontrado, provavelmente a sua tristeza sistemática muitas vezes tinha um significado que ela própria nem sabia.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Conversas paralelas

A imaginação e a memória confundem-se... por vezes... Não faz sentido tentar descobrir porque é que as coisas acontecem desta maneira e não daquela. Fecho os meus pensamentos num mutismo que muitos presumem ser fragilidade ou insegurança...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nao tenho certezas... so incertezas....

Tudo o que faco parece nao ter qualquer significado...Gostava de ser tao mais criativa, e impressionar-me a mim mesma....